Quando a morte nos visita de repente

Quando ocorre um trágico episódio como o de hoje em uma escola do Rio, as pessoas ficam perplexas, em choque. É como se a maioria vivesse sem se dar conta da completa imprevisibilidade da vida, e que este fato é um absoluto filosófico e existencial. Estaremos vivos amanhã? Penso que talvez seja uma bos hora para nos questionarmos a respeito das relações familiares, de amizade. Será que as crianças e adolescentes de hoje têm com quem falar de seus problemas e dores? Será que nós adultos temos com quem abrir nossos corações? Martin Buber, o filósofo da responsabilidade com aqueles que amamos disse que estes estão "sob nossa reaponsabilidade". (Eu e Tu, 1923). Seu texto é muito atual. Precisamos cuidar de quem amamos, ter um olhar atento para pequenos mas importantes pedidos de ajuda, silêncios desesperados. Será que o jovem aidético desesperado (se esta informação for verdadeira) pôde falar com alguém? Um momento de reflexão e de compaixão por aqueles que morreram e, por que não, também pela infeliz alma daquele que matou e morreu no mesmo triste ato. Às vezes, mesmo buscando a alegria, é importante poder sentir tristeza e refletir sobre ela, se queremos melhorar.